Na próxima sexta feira dia 18 comemora-se o Dia do Médico. A Câmara Municipal de Barra de São Francisco, reconhece o trabalho incansável de nossos profissionais na ativa, principalmente no combate a Covid-19 e ao mesmo tempo rememora com saudade, daqueles que por aqui passaram e deixaram um legado de fé, perserverança, suscitando carinho e admiração da comunidade francisquense e de cidades vizinhas. Cada um a seu tempo, dedicaram tempo e ministraram conhecimento, salvando vidas e recuperando outras.
E assim, aqui prestamos homenagem aos médicos pioneiros, que muito bem prestaram atendimento para a população francisquense e praticamente de toda a região norte e leste de Minas Gerais. Embora não estejam mais conosco, ficou na nossa memória a forma sempre profissional desses abnegados senhores que venceram batalhas, salvaram vidas e jamais serão esquecidos por aqueles que tiveram o privilégio de com eles conviver.
Um dos primeiros médicos - José Merçon
Dr. José Merçon foi o primeiro médico que penetrou na região acima do Rio Doce e fixou-se em Barra de São Francisco, quando o município era ainda uma minúscula vila.
Como médico controlou epidemias, conviveu com perigosos bandidos e contribuiu para o desenvolvimento do lugar, que mais tarde dirigiu como prefeito. Depois foi deputado estadual representando a região.
Atendia a todos os chamados, enfrentando qualquer tempo. As vezes ia na companhia de quem vinha chamar, noutras, seguia sozinho. Somente em 1951 é que surgiram estradas de carro para o interior e eu ele pode ir aos lugares distantes de Jipe. Mas antes era somente no lombo do animal. Existia muito boba na região, uma espécie de lepra, mas que é parente da sífilis. E, no entanto, mais sensível ao tratamento. Tratou de muita laximoniosa. Úlcera tropical, também. Encontrou doenças desconhecidas no curso de medicina.
A polícia do Espírito Santo tinha ordem de fazer continência para ele, dando-lhe o tratamento de oficial. Ele prestou muita assistência médica à polícia, sem jamais ter recebido qualquer remuneração. E 80% do contingente capixaba ficava na sua região. Tratou de muitos ferimentos de soldados atingidos em emboscadas, que era a prática de luta na região. Não havia combates de frente. Fora os soldados, extraiu na região, muita bala, dos conflitos que eram muitos entre os aventureiros em busca de terra. Aprendeu lá que o importante não é extrair a bala, mas cuidar do seu itinerário no corpo da vítima.
Marcos Arthur Fulgêncio de Avelar
Marcos Arthur Fulgêncio de Avelar, nasceu em Belém, estado do Pará. Residia no Espírito Santo há 61 anos. Formado pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória – EMESCAM, exercendo medicina por mais 35 anos como médico pediatra no município de Barra de São Francisco, tendo também atendido pessoas de toda a região noroeste capixaba bem como do leste mineiro.
Pediatra Dr. Marcos Arthur Fulgêncio de Avelar, foi morador de Barra de São Francisco e trabalhou muitos anos no Hospital Dra Rita de Cássia, e também atendia seus pacientes em sua clínica particular. Dr Marcos veio óbito na manhã de uma sexta-feira 25/10/2013 em Vitória.
Dr. Marcos já estava internado em Vitória há alguns dias e seu estado de saúde era estável. Quando da notícia de sua morte deixou muitas pessoas emocionadas, familiares e amigos ficaram inconsoláveis.
Vale destacar que o PROJETO DE LEI Nº 003/2019 - QUE DENOMINA A UNIDADE DE SAÚDE DO BAIRRO VILA VICENTE passou a ser conhecida como UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DOUTOR MARCOS ARTHUR FULGÊNCIO DE AVELAR. Autor do projeto é o vereador Wilson Mulinha com apoio de todos os componentes do Poder Legislativo.
Dr. Alceu Melgaço
Dr Alceu Melgaço Filho, filho de Alceu Melgaço e Siza Lopes de Farias, nasceu no dia 16 de Dezembro de 1947 na cidade de Amores-ES, cresceu em Barra de São Francisco, em 1974 formou na 2° turma da EMESCAN em Vitória-ES, em medicina, se especializou em pediatria, foi diretor do Hospital Estadual Dr°Rita de Cassia Melgaço e hoje leva o seu nome. Ele também foi Secretario de Saúde do município ao longo dos anos,faleceu em 13 de junho de 2011, quando ainda prestava serviço para o município de Barra de São Francisco.
Em 1983 o hospital foi encampado pela SESA/IESP e classificado como Unidade Hospitalar classe B, conforme Resolução do Conselho de Administração do IESP nº 28/82 de fevereiro de 1983 foi denominado Drª Rita de Cássia Melgaço em homenagem a servidora morta em acidente automobilístico.
Em 1987 foi entregue a obra do pronto socorro. Desde 2010 o principal hospital estadual da região Noroeste do Estado, localizado em Barra de São Francisco, chamava-se, por força da Lei 9.444/2010, oficialmente, Dra Rita de Cássia, médica humanitária, que morreu num acidente de carro, em 17 de maio de 1982, quando viajava entre Vitória e Barra de São Francisco, junto com a família. No mesmo acidente morreram seus dois filhos.
O marido, Alceu Melgaço Filho, igualmente médico, também estava no veículo e sobreviveu, gravemente ferido, para continuar a missão de cuidar da saúde das pessoas, principalmente aquelas que demandam o serviço público.
Até 13 de junho de 2011, quando, vitimado por uma embolia pulmonar, Alceu Melgaço também morreu. Agora, seu nome substitui o da mulher e o Hospital Estadual de Barra de São Francisco chama-se “Dr. Alceu Melgaço Filho”.
A homenagem foi prestada pelo deputado Enivaldo dos Anjos (PSD), que propôs Projeto de Lei aprovado pela Assembleia Legislativa e transformada na Lei 10.776/2017, sancionada pelo governador Paulo Hartung (PMDB) e publicada no Diário Oficial do Estado do Espírito Santo em (6 de dezembro).
O nome da Dra. Rita de Cássia, porém, continuará eternizado no “Pronto Socorro Dra Rita de Cássia”, anexo ao hospital, proposto pelo Projeto de Lei 275/2017, também de autoria de Enivaldo, na Assembleia Legislativa.
Dr. Pedro Tallis Cruz Paes
Nascido em6/06/1922 em Campos dos Goitacazes – RJ, filho de uma família modesta de baixa renda, seu pai foi trocador de bondes no Rio de Janeiro, posteriormente aposentando-se como vigia em empresa também no RJ. Com dificuldades conseguiu ingressar na faculdade de medicina de Niterói, trabalhando e estudando até que se formou em 1950.
Casado com Dona Annette em 1952. Em 1958, já com dois filhos nascidos no Rio de Janeiro, muda-se para Barra de São Francisco, onde começa seu trabalho na Casa de Saúde Dr. Albuquerque, logo passando aquele estabelecimento a se chamar Casa de Saúde Santa Monica.
Dr. Pedro era um apaixonado pela filantropia e estimulou e participou de inúmeros projetos sociais e inovadores na região, como a APAE, Casa do Idoso e Lions Clube.
Teve quatro filhos, dos quais três são médicos, tendo dois atuando no Estado do Rio de Janeiro e outro atuando em Barra de São Francisco na mesma Casa de Saúde Santa Monica. Além destes, tem uma filha que reside e trabalha no Rio de Janeiro.
Dr. Pedro Tallis Cruz Paes, desempenhou sua profissão nesta cidade até o ano de 2002 quando veio a falecer, deixando um legado de trabalho e amor pelos projetos que empreendeu ao longo de sua vida profissional.
Dr. Francisco Odonozor D'Oliveira Cunha
Nasceu no dia 16/03/1947 em Fortaleza. Filho único vivendo na extrema pobreza do ceará,que sempre teve por sonho se tornar, um dia, médico. Não obstante as mazelas da realidade pobre, saiu da cidade aos 15 anos de idade em busca de almejada formação acadêmica, ingressando na marinha como intemédio para tal.
Já no Rio de Janeiro, prestou vestibular pela primeira vez e não foi aprovado, conseguindo, no entanto, a segunda opção de medicina veterinária que cursou concomitantemente ao emprego militar.
Perto de se formar o primeiro graduado da história da família, pediu baixa das Forças Armadas mas, desempregado, começou a trabalhar como taxista nas ruas cariocas. Lá, teve seu primeiro filho, Dmitrius Calazans. Depois de algum tempo conseguiu ser aprovado num concurso para ministério da agricultura e mudou-se para Vitória. Aqui, já com estabilidade financeira, decidiu retomar o sonho e novamente se inscreveu no vestibular, sendo aprovado na Universidade Federal do Espírito Santo. Mais uma vez o esforço de manter um emprego e uma faculdade integral valeu a pena.
Em 1989 Francisco Odonozor, aos 42 anos de idade, graduou-se médico. Sua trajetória profissional foi um reflexo translúcido do ímpeto de ajudar o próximo através do conhecimento científico. Mudou-se para Barra de São Francisco onde teve com Elinéa seus outros dois filhos Frankson e Haysa e foi para sua família e para os que de perto, tiveram o prazer de conhecê-lo. Retrato notável de superação, zelo uma busca insaciável pela verdade.
Nesta segunda-feira dia 18 comemora-se o Dia do Médico. A Câmara Municipal de Barra de São Francisco, reconhece o trabaho incansável de nossos profissionais na ativa, principalmente no combate a Covid-19 e ao mesmo tempo rememora com saudade, daqueles que por aqui passaram e deixaram um legado de fé, perserverança, suscitando carinho e admiração da comunidade francisquense e de cidades vizinhas. Cada um a seu tempo, dedicaram tempo e ministraram conhecimento, salvando vidas e recuperando outras.
Celso Francisco Borges
Também com passagem marcante na década de 60 nesta região, o médico Celso Francisco Borges aqui deixou marcas, em período onde a medicina era dificil de ser praticada, devido a falta de estradas, de equipamentos e das pandemias. O médico que por aqui passou, também se aventurou na política, não a local, mas a do município de Baixo Guandu onde foi vereador, prefeito, deputado estadual reeleito e sem abandonar a medicina.
Data de Publicação: quarta-feira, 16 de outubro de 2024